Análise: entre feitos no ataque e sustos na defesa, Flamengo passa, mas segue em busca de equilíbrio

 

No ataque, confiança e empolgação. Na defesa, insegurança e preocupação.

A classificação do Flamengo às quartas de final da Copa do Brasil foi conquistada com um roteiro que teima em se repetir e deixa o torcedor apreensivo com o que esperar da equipe contra um adversário mais forte que o Athletico-PR. Na noite de quarta-feira, o 3 a 2 foi suficiente para uma classificação sem sustos no Maracanã.

Começando pela parte positiva, o Flamengo foi inteligente e eficiente para encontrar espaços em uma defesa fechada com duas linhas de quatro na entrada da área. Matheuzinho foi fundamental para isso, conseguindo imprimir a mesma intensidade apresentada por Isla.

O jovem já tinha dado boas alternativas para tabelas com Everton Ribeiro quando foi encontrado em velocidade por Arão no corredor direito. O cruzamento rápido e rasteiro foi concluído com maestria por Pedro. Golaço!

Não demorou muito e lá estava Matheuzinho novamente dando opção e demonstrando repertório. Ultrapassagem, agora por dentro, e nova assistência para o centroavante.

Lances que exemplificam não somente os gols, mas soluções bem executadas pelo Flamengo durante todo o jogo. No segundo tempo, o lado esquerdo foi mais acionado com Filipe Luís. E o mais importante foi girar a bola com velocidade de um lado para o outro, encontrar espaços e fugir da aglomeração pelo meio.

O Flamengo fez três gols, teve outro anulado e ainda, no mínimo, duas chances claríssimas que pararam em Santos. Produção de qualidade e até rotineira para um time que marcou 46 gols em 25 jogos desde a chegada de Dome. O problema está no desequilíbrio.

Esse time é o mesmo que foi vazado 34 vezes neste período. Um time que novamente deu muitas chances para o penúltimo colocado do Brasileirão, que abriu mão de importantes peças ofensivas no jogo do Maracanã.

O Athletico, que já tinha parado em noite espetacular de Hugo em Curitiba, finalizou nove vezes, fez dois gols e assustou em lances de marcação alta ou avanços em velocidade. A defesa voltou a ter dificuldades na saída de bola e reduzir o problema aos vacilos individuais de Arão, Thiago Maia ou Hugo não parece ser a solução.

Mudam os nomes, continuam os erros, e o Flamengo segue sendo um time que permite que os adversários cheguem com muita facilidade perto de sua área. Os espaços muitas vezes tornam as disputas mano a mano e não foram apenas passes errados que fizeram o Athletico finalizar nove vezes.

Em muitos momentos, a marcação a partir da intermediária ofensiva faz apenas sombra e o time anda para trás nas ações do adversário. Quanto mais recuado o combate agressivo, menor a chance de corrigir os tão falados erros.

Num recorte dos últimos quatro jogos, Inter, Athletico, São Paulo e novamente Athletico exigiram muito de Hugo, exigiram muito da defesa e expuseram fragilidades. Nem sempre os feitos do ataque serão suficientes e a medida que a temporada avança os erros custam mais caro.

Às vésperas do início do returno do Brasileirão, das quartas da Copa do Brasil e das oitavas de Libertadores, o Flamengo tem seus pontos fortes e fracos na mesa. A busca agora é pelo equilíbrio.

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