Frigoríficos de MS suspendem produção de carne destinada aos Estados Unidos
Frigoríficos de Mato Grosso do Sul suspenderam preventivamente a produção destinada aos Estados Unidos. A medida ocorre após anúncio de taxação feito recentemente pelo presidente Donald Trump, de tarifar em 50% as exportações brasileiras, com início previsto para 1º de agosto.
O anúncio da paralisação temporária foi feito nesta quarta-feira (16/7), através de nota encaminhada pelo Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul), que considera inviável a comercialização de carne e outros produtos.
“Diante dos frequentes questionamentos sobre a situação de seus associados que exportam para os Estados Unidos, especialmente frente à imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto de 2025, por parte do governo norte-americano, o que tornaria inviável a continuidade das exportações, o Sicadems informa que plantas frigoríficas exportadoras localizadas no Mato Grosso do Sul suspenderam preventivamente sua produção destinada ao mercado norte-americano”, diz trecho do material.
De acordo com o sindicato, as indústrias estão trabalhando para realocar a produção suspensa no mercado interno ou comercializar para outros países como forma de minimizar os impactos e preservar a continuidade da produção na sua totalidade.
Atualmente os Estados Unidos representam o segundo principal destino da carne bovina exportada pelos frigoríficos habilitados em Mato Grosso do Sul. Entre os meses de janeiro a junho deste ano, a carne desossada congelada bovina com destino ao território norte-americano respondeu por 45% do total exportado, movimentando cerca de US$ 142 milhões.
Por fim, o Sicadems pede urgência ao Governo Federal em busca de solução, evitando perdas ao setor produtivo,
“Diante desses números expressivos, que impactam não apenas o setor frigorífico, mas toda a economia regional e a sociedade sul-mato-grossense, o SICADEMS espera que o governo brasileiro atue com urgência para encontrar uma solução, seja por meio de negociações diplomáticas ou estratégias comerciais, a fim de evitar ainda maiores prejuízos ao setor produtivo nacional”, finaliza o material.
Taxação
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em 9 de julho que iniciará a taxar as exportações brasileiras em 50% a partir do dia 1º de agosto. A medida pegou vários setores de surpresa e o governo brasileiro reagiu ao fato.
Na terça-feira (15/7), o presidente Lula publicou decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica, autorizando o Brasil a reagir às medidas comerciais de outros países de forma uniliteral.
Nesta quarta-feira (16/7), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, assinaram carta em conjunto condenando as medidas adotadas pelo governo dos EUA, mas ao mesmo tempo se posicionaram abertos ao diálogo.
O documento foi encaminhado ao secretário de Comercio dos Estados Unidos Howard Lutnick e ao representante de Comércio daquele país, Jamieson Greer.