‘Vou quebrar sua cara’: Troca de ameaças entre policiais penais termina com medida protetiva
Um policial penal, de 35 anos, foi denunciado por injuriar e ameaçar uma colega de trabalho dentro da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), em Campo Grande, nessa quarta-feira (14).
Segundo o boletim de ocorrência, o crime aconteceu na tarde da última segunda-feira (12), quando a vítima foi até o local e encontrou o policial. Ao ver a mulher, o policial teria proferido xingamento contra ela e lhe ameaçado, chamando para ir para o lado de fora ‘acertar as coisas’.
Na ocasião, o servidor ainda teria ameaçado agredir a mulher. “Vamos lá fora, eu vou quebrar sua cara”, teria dito o policial à colega de trabalho, conforme o boletim.
Após a injúria e ameaça, a mulher relatou que passou a temer por sua segurança, já que o suspeito tem acesso à arma de fogo, visto que é policial. Em seguida, ela foi até a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde registrou a denúncia e pediu medidas protetivas contra o policial.
Na delegacia, a vítima disse que nunca teve desavenças com o policial, mas acredita que a agressividade com que ela foi tratada seja devido à esposa dele. No entanto, a policial disse que trabalhou com a companheira do servidor por cerca de dois meses e não sabe informar o motivo do crime.
Policial diz que foi ameaçado pela mulher
No mesmo dia da denúncia feita pela mulher, o policial também foi até a delegacia de Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência pelo mesmo crime.
À polícia, ele disse que a mulher trabalhava com sua companheira e exercia cargo de chefia. Na ocasião, o policial relatou que a mulher foi exonerada do cargo e teria começado a culpar a sua companheira pela exoneração.
Conforme o boletim de ocorrência, a colega de trabalho teria ameaçado a companheira do policial há cerca de um mês com um áudio enviado pelo WhatsApp. “Você vai pagar por tudo que você fez, você sabe muito bem o que tem na minha casa”, teria dito à mulher no áudio. O policial falou que pensa que a referência seria às armas do marido da servidora.
Sobre a suposta injúria e ameaça na última segunda-feira (12), o policial relatou que a mulher foi até a unidade onde ele estava de plantão e passou a ameaçar e injuriar, tanto ele, quanto sua companheira. Em seguida, ela teria perguntado pela esposa do policial, proferido xingamento contra os dois e ameaçado: ‘vocês vão me pagar’.
Ainda na delegacia, o policial disse que a mulher teria o intuito de afrontá-lo após descobrir que a esposa dele havia perdido um bebê. O caso, também registrado como injúria e ameaça, deve ser investigado.
Justiça determinou que policial seja remanejado
Após o registro da ocorrência na delegacia, a solicitação das medidas protetivas foi encaminhada no mesmo dia para a 4ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que determinou que o policial seja remanejado do local de trabalho.
Assim, as medidas foram deferidas pela Justiça nessa quarta-feira (14), que considerou o risco à integridade física e psicológica da vítima, tendo em vista o possível vínculo afetivo.
Com o deferimento das medidas, o policia penal está proibido de se aproximar da vítima, familiares e testemunhas dela, bem como de sua residência e local de trabalho em distância mínima de 300 metros.
Além disso, o servidor está proibido de manter contato com a policial por qualquer meio de comunicação, inclusive mediante telefone.
Por fim, a Justiça determinou que seja oficiado à Agepen para providenciar o remanejamento da lotação do policial.
Discussão entre servidores é apurada pela Corregedoria da Agepen
Diante das denúncias registradas na delegacia, o Jornal Midiamax procurou a Agepen e foi informado que os servidores não trabalham no mesmo prédio. Ainda, informou que as causas estão sendo apuradas pela Corregedoria.
“A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário informa que teve conhecimento da discussão entre os servidores, e que os mesmos não trabalham no mesmo prédio, nem em serviços que se comunicam. As circunstâncias do caso estão sendo apuradas pela Corregedoria da Agepen.”, informou a agência.
Fonte: Midiamax