Câncer faz mulher suplicar por socorro no STJ: “Morrendo aos poucos”

Goiânia – Um câncer maligno no intestino engoliu a rotina de uma pensionista de baixa renda. Dedicada antes à criação de galinhas e à plantação de roça no sertão nordestino, Maria Antônia Pulucena de Sousa, de 54 anos, agora vive acamada, com dores severas, aliviadas só com injeção de morfina, na capital goiana, para onde se mudou em busca de tratamento.

Ela aguarda o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir sobre o pedido de tratamento com Lanreotida Gel, que deve usar por período indeterminado e custa R$ 4 mil por mês, mas não é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Corte informou ao Metrópoles que “não há prazo” para julgar o caso, apesar de a lei definir que doentes graves têm prioridade na tramitação de processos.

“Tenho muito medo de ficar aqui, prostrada, morrendo aos poucos, em cima da cama, sem nem eu nem ninguém poder fazer nada”, desabafa Maria Antonia, aos prantos, com as mãos pressionando a região do abdômen por causa de dores intensas.

“Quentura no estômago”

Durante a via-crúcis pelo tratamento, ela fica em um quarto na casa da mais velha de seus quatro filhos, no Setor Recanto do Bosque, na periferia de Goiânia, para onde se mudou há dois anos. Só queria “conseguir sarar o que, no início, era quentura no estômago, dores na barriga e caroço no intestino”, como ela mesma diz.

“Na roça, eu não podia comer nem farinha porque ficava queimando meu estômago. Tudo que eu comia dava azia ou diarreia. Agora vim me arruinar mesmo, piorando minha situação”, desabafa. “Morava no assentamento em Itinga do Maranhão, criava meus bichos, galinhas. Plantava milho, feijão. Depois que adoeci, tive de abandonar tudo.”

Na quinta-feira (3/2), Maria Antônia foi levada, às pressas, a um posto de saúde do bairro vizinho de onde mora, para receber mais doses de morfina. As injeções têm sido usadas, com frequência, como paliativo, até que ela consiga tratamento com Lanreotida Gel, indicada pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) para ser injetada todo mês.

“Rolando de dor”

Ela recebeu o diagnóstico da doença em agosto de 2021, depois de passar por cirurgia para a retirada de nódulos. O câncer maligno no intestino já seguiu para metástase hepática e pulmonar, conforme atesta o relatório médico, respaldado pelo Ministério Público e enviado ao Judiciário, com acompanhamento da advogada Fabiana Castro, que defende a pensionista.

Fonte: Metrópoles

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