Saúde- Dourados tem segunda captação de órgãos para transplante em 48 horas

Moradora na cidade que morreu aos 52 anos doou fígado, rins e córneas neste domingo.

Dourados foi palco neste domingo (12) da segunda captação de órgãos para transplante num intervalo de 48 horas. A doadora é Edileusa Alves da Cruz, moradora na cidade que morreu no Hospital da Vida aos 52 anos, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Ela vai ajudar a salvar pacientes em Campo Grande, no Acre e em Santa Catarina, depois que sua família autorizou a doação atendendo a um desejo que havia manifestado em vida.

94FM apurou que uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) transportando médicos da Central Nacional de Transplantes vindos de São Paulo pousou no Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira às 2h50 de hoje. Horas depois um outro avião veio à cidade para buscar os órgãos captados e leva-los às regiões onde estão pacientes inscritos na Central Nacional de Regulação.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, graças à autorização expedida pela família de Edileusa, o fígado será transplantado em um paciente morador em Rio Branco, capital do Acre. Um dos rins vai para Santa Catarina e o outro para Campo Grande. A capital de Mato Grosso do Sul também é o destino das córneas.

Divulgação/Secretaria Municipal de Saúde

Avião da FAB com médicos de São Paulo pousou em Dourados na madrugada deste domingo

VIDA PELA VIDA

“É a vida pela vida. A pessoa que doa órgãos salva mais de uma vida. Nesse caso, serão quatro pessoas”, destacou o secretário municipal de Saúde, médico Renato Vidigal. Ele lembra que para a captação ser realizada é necessário que o doador manifeste esse desejo aos familiares em vida.

Na sexta-feira (10), equipe médica vinda de Brasília desembarcou em Dourados para captação de órgãos doados por Jandira Gonçalves Silva Martins, de 39 anos, moradora em Antônio João que deu entrada no Hospital da Vida no dia 4 deste mês e faleceu vítima de um AVC na quarta-feira (8).

Naquela ocasião, as córneas foram levadas para Campo Grande, um rim para Pernambucano e o outro para São Paulo, e o fígado teve como destino algum paciente em Brasília. “Tem que ser respeitado a fila nacional de doações. O órgão não fica no Estado porque respeita a fila nacional de transplante”, explica o secretário de Saúde.

COMISSÃO INTRA-HOSPITALAR

Vidigal informou que desde o dia 2 de janeiro foi dada ordem para criar a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes no Hospital da Vida, o que não existia até 2016. “Essa comissão é responsável pelo trabalho de abordagem, pesquisa, investigação de morte encefálica, que é a morte cerebral. O Hospital da Vida, por ser um hospital de trauma, de urgência, é onde vão chegar os potenciais doadores, aquela pessoa que pode sim ter chances de doar os órgãos”, detalha.

O secretário municipal de Saúde afirma que com essa comissão formada passaram a ser investigados casos de potenciais doadores, com a realização de exames rápidos e urgentes.

TRÊS NO ANO

Já no dia 11 de janeiro deste ano, esse trabalho começou a ter efeitos práticos, quando houve a captação dos órgãos de Roberto Aparecido Ramos, agente da Guarda Municipal de Dourados que teve morte cerebral confirmada no dia 9 daquele mês. O fígado do doador foi levado para o Acre, as córneas para Campo Grande, e os rins para São Paulo.

Conforme o secretário municipal de Saúde, esses três casos recentes e bem sucedidos de captação de órgãos para transplante deixam Dourados como referência no Estado em captação de órgãos. “Já estamos na frente de Campo Grande”, destaca.

Fonte: 94FMDourados

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