Com isolamento ignorado, MS ainda tem pior índice do Brasil

Apenas 45,9% da população do Estado cumpre medidas de distanciamento social

Por dois dias seguidos, Mato Grosso do Sul tem a pior taxa de isolamento do Brasil. A medida, de distancimento social, é considerada a mais eficaz no combate a pandemia do novo coronavírus, que provoca a Covid-19. A doença já provocou a morte de duas pessoas no Estado. Mas desde de terça-feira (7), MS apresenta índice muito baixo de isolamento. E na quarta-feira (8) se manteve no topo do ranking, o que é considerado preocupante pelas autoridades de saúde e serve de alerta para toda a população.

Com o pior porcentual, MS tem apenas 45,9% das população em isolamento. Ou seja, 54,1% estão saindo às ruas ao invés de manter o distanciamento social. O Estado aparece atrás do Tocantis com 46,5% de isolamento, além de Roraima com 48,6% e Rondônia com 48,9%. Os estados com melhores índices são Amazonas com 58,2%, Rio de Janeiro com 57,1% e Ceará com 55,95. São Paulo, onde estão a maioria dos casos confirmados e também das mortes, tem isolamento de 53,3%.

“A situação é grave. Porque o isolamento é a única medida efetiva que nós temos para controlar essa pandemia. É só ander pelas ruas que vai verificar que apesar dos decretos da prefeitura (de Campo Grande) tentando regulamentar a distância entre as pessoas, isso na prática não está acontecendo. É para inglês ver. Faz um decreto que libera (o comércio) com algumas regras, mas não fiscaliza e nem pune. Então não ser para muita coisa”, afirma o médico infectologista e pesquisador, Julio Croda.

Além do período de duas semanas para aparecerem os casos, o infectologista alerta que em três semanas começam a haver óbitos. Croda faz monitoramento diário do distanciamento social e constata a cada dia que passa, que as pessoas continuam saindo nas ruas. “O vírus está duas semanas na nossa frente. O número de casos atuais, é do contágio de 15 dias atrás. Temos um monitoramento diário e, com a liberação do comércio, a movimentação de pessoas vai aumentar. Quando aumenta a movimentação, aumenta o contágio. O resultado  desse aumento nas movimentações, nós só vamos perceber daqui 15 dias”, disse.

DADOS

Mapeamento é realizado através de parceria entre o Governo do Estado e a empresa In Loco, empresa do setor de tecnologias de geolocalização, que integrada a aplicativos, formata dados criptografados a partir de dispositivos móveis. Dados são coletados diariamente e a ferramenta fornece dados referentes ao dia anterior de publicação, ou seja, o divulgado hoje tem os dados de ontem.

Desde o dia 14 de março, quando foram registrados os dois primeiros casos da Covid-19 no Estado, o isolamento é calculado. Em 15 dias o porcentual ficou abaixo de 50%. E apenas no dia 22 de março ficou em 70,4%, o melhor índice até agora.

O secretário de Estado de Saúde (SES), Geraldo Resende, alerta que a orientação é continuar em isolamento. “A orientação que estamos dando é para as pessoas ficarem em casa. Infelizmente a população não está acreditando e tudo indica que vamos ter um crescimento de casos nas próximas três semanas, caso não haja adesão ao isolamento social. Nós precisamos de tempo para criar os leitos que serão necessários para atender os casos graves”.

Outro alerta, é para que o Estado não sofra o mesmo efeito registrado na Itália e nos Estados Unidos. “A (Avenida) Afonso Pena está lotada, o comércio funcionando como se fosse dia normal. Daqui a pouco se abrirem tudo a gente vai ter uma consequência trágica. As pessoas só vão começar a acreditar quando um dos parentes morrer?”, afirmou Resende.

No interior a situação é ainda mais grave. Alguns municípios apresentam índice de isolamento inferior a 40%. É o caso de Jardim com 36,8% e Mundo Novo com 37,4%. “Antes os prefeitos fizeram um campeonato para ver quem era mais radical com as medidas primeiro. Agora todo mundo afrouxou. É uma vergonha”, alertou o secretário.

Com informações do Correio do Estado

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