Articulação entre PSDB e MDB pode ressurgir aliança

Costuras políticas em curso abarcando o PSDB e o MDB,  ainda que há dez meses das eleições, devem reaproximar os dois partidos, aliados de outrora mas que, nas urnas, na década passada foram “cada um para um lado”.

Tais articulações podem colocar de lado, inclusive, uma possível candidatura do ex-governador André Puccinelli, líder emedebista que já se lançou pré-candidato para a disputa pela chefia do Executivo estadual pela sigla. 

Assim como o tucano Eduardo Riedel, secretário  estadual de Infraestrutura e escolhido para abrigar, por ora, o terceiro mandato do PSDB à frente do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.

O desejo de Puccinelli em levar adiante o projeto de governar pela terceira vez o Estado sofreu um “baque”, oficialmente, no dia 3 de dezembro. 

Nessa data, o PSDB do governador Reinaldo Azambuja trouxe para seu lado um dos principais articuladores políticos do MDB, o então deputado estadual Eduardo Rocha.

O emedebista deixou o mandato, o terceiro da carreira, afastou-se da Assembleia Legislativa e foi cumprir expediente no Parque dos Poderes como secretário de governo, em sala próxima ao gabinete de Azambuja.

No dia a dia, Rocha cuida das articulações políticas do governo tucano, como conversar quase que diariamente com vereadores, prefeitos e líderes.

A Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica (Segov) é  um órgão integrante da estrutura do governo de Mato Grosso do Sul que presta assessoria direta e imediata ao governador do Estado. 

Ou seja, o diálogo MDB-PSDB, em tese rivais em 2022, é mantido de segunda-feira a sexta-feira.

Além de Rocha, o governo tucano convidou Márcio Fernandes, também deputado estadual e do MDB, para ir trabalhar no governo. 

O parlamentar, contudo, embora não tenha dito sim ao governo, não disse não.

Desde a ida de Rocha para a casa do PSDB, Puccinelli já revelou em outras oportunidades não ter “problema nenhum” em firmar chapa com o PSDB, sendo inclusive visto conversando com Riedel. Em retribuição, ainda recebeu afago do próprio Reinaldo.  

O governador tucano, mesmo já fora pleito, quer que o PSDB mantenha-se no poder em nome do que costuma chamar de “projeto político”. 

Como já noticiado pelo Correio do Estado, o tucano também disse não enxergar problemas em “firmar pacto” com o MDB.

ALIANÇA ANTIGA

Ao menos em Mato Grosso do Sul, o MDB, que tirou o P – era PMDB – da sigla em 2017, e o PSDB, surgido em 1988, sempre deram-se as mãos em período de eleições.

Em 2006, ano que Puccinelli virou governador pela primeira vez, o seu MDB juntou 11 siglas para concorrer com o então candidato petista Delcídio do Amaral. 

E, entre os partidos parceiros, estava o PSDB. A coligação do ex-governador atraiu como parceiros, na época, entre outras agremiações, o PL, PPS e PFL.

Note que, em 2010, o emedebista reeditou o arco de aliança na vitória do segundo mandato. Entre os partidos aliados, lá estava o PSDB.

Já em 2014, ano que o PSDB quebrou a alternância de poder entre o PT de Zeca e o MDB de Puccinelli, já à epoca há 16 anos no comando do Estado, Azambuja conquistou o apoio de praticamente todo o MDB no segundo turno contra Delcídio.

Naquele ano, o agora governador foi apoiado por Nelsinho Trad, à época emedebista, pela senadora Simone Tebet e ainda contou com deputados estaduais e federais do partido em seu palanque.

Já na reeleição de Azambuja, em 2018, embora o MDB tenha “oficializado” apoio ao candidato do PDT, o ex-juiz Odilon de Oliveira, o núcleo forte dos emedebistas, integrado por, entre outros nomes, pelo agora secretário de Governo, Eduardo Rocha, foram parar ao lado do reeleito tucano Reinaldo Azambuja.

Fonte: Correio do Estado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *