Tereza Cristina, Ministra da Agricultura é o nome do Brasil no exterior

Tereza Cristina coleciona apoio internacional como o nome de bom-senso do Brasil no exterior

Titular da Agricultura ocupa o vácuo de Araújo e coleciona apoio internacional (e de membros do governo) como o nome de bom-senso do Brasil no exterior.

Um fato recente ratifica a postura pragmática da ministra. Quando desembarcou em Brasília ao raiar do último dia 7, ela foi atingida por uma enxurrada de ligações. Membros do governo a procuravam, desesperados com a nota do Itamaraty de “apoio à luta contra o flagelo do terrorismo”, emitida depois da morte, por ação dos Estados Unidos, do general iraniano Qasem Soleimani. Visitando a filha em território americano, a chefe da Agricultura não havia lido o posicionamento oficial da diplomacia nacional sobre o episódio, ocorrido no dia 3. Na volta ao país, sua agenda foi subtraída por uma série de reuniões com representantes agrícolas e membros do Executivo preocupados com o alinhamento da chancelaria às decisões tomadas pelo presidente Donald Trump. Incomodada, Tereza classificava a nota do Ministério das Relações Exteriores como “fora do tom” e exibia dados de exportações para o Irã, com o qual o Brasil tem um superávit de mais de 2 bilhões de dólares — trata-se de um dos maiores importadores de carne do país.

Desde o início de sua gestão, a ministra — uma engenheira-agrônoma de 65 anos, nascida em Campo Grande (MS) e reeleita deputada federal em 2018 (DEM) — acumula milhagens atrás de investimentos e novos compradores. Atravessou o planeta dedicando seu tempo aos aliados mas também a governos reticentes com Bolsonaro, como o da França. Pela atuação, Tereza ganhou a pecha de “chanceler pragmática”. Bem avaliada na Câmara e no Senado, ela sabiamente rejeita a alcunha para não causar ciúme no comandante do Itamaraty, malquisto pelo Congresso.

Da Europa, ela partiu para a Índia, a fim de compor a comitiva presidencial que realizará um périplo pelo país. Tereza, reitere-se, chegou quatro dias antes do desembarque de Bolsonaro e de seu chanceler. Aproveitou para armar encontros com produtores de carne e peixe e representantes do governo indiano para acertar os ponteiros de uma nova relação — o Brasil passou a vender carne à Índia apenas em maio. Ernesto Araújo e Tereza Cristina farão apresentações, no dia 27, num seminário para atrair investimentos. Há pouca dúvida quanto a quem será mais aplaudido.

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